6 mitos e verdades sobre alimentação
Descubra o que realmente é verdade sobre a rotina diária de refeições -
e mude seus hábitos
Manga com leite pode
causar a morte, beber líquido durante as refeições deixa a pessoa barriguda,
leite é o único alimento que tem o aporte de cálcio necessário para o
organismo. Esses e outros mitos atrapalham muito na hora de se alimentar. São
tantos e tão antigos que é quase impossível eliminá-los. Para esclarecer as
dúvidas mais frequentes, a nutricionista Juliana Trevilini Garcia responde
algumas perguntas.
1. Comer e beber
durante as refeições prejudica a absorção dos nutrientes
Verdade. A digestão é
prejudicada ao misturar a refeição com qualquer bebida. Para que os nutrientes
sejam absorvidos adequadamente, o nosso corpo precisa liberar enzimas
digestivas e ácido clorídrico para a digestão dos nutrientes. A ingestão de
líquidos, acima de 200 ml provoca a diluição do suco gástrico, interferindo na
digestão. As bebidas gaseificadas, principalmente a base de cola, são
alcalinizastes e prejudicam ainda mais a digestão dos alimentos e,
consequentemente, a absorção adequada de nutrientes no intestino.
2. Comer e beber
durante as refeições pode desenvolver barriga
Mito. A maioria das
pessoas que toma líquido junto com as refeições não mastiga corretamente e
acaba empurrando a comida com o líquido. Consequentemente come muito rápido e
em maior quantidade, aumentando o peso. Para liberar hormônios que induzem à
saciedade o nosso cérebro precisa de que a refeição dure, pelo menos, 20
minutos.
3. Comer manga com
leite causa congestão
Mito. Manga com leite não causa indigestão nem faz mal à saúde. Essa
crença se perpetuou na história a partir da escravidão. Os senhores de engenho
inventaram o mito para impedir que seus escravos consumissem mangas e não
tomassem o leite, que era destinado ao consumo da família da “casa grande”. Por
isso, os feitores espalhavam que a combinação fazia tanto mal que causava a
morte. Atualmente, estuda-se muito sobre o consumo do leite por pessoas
sensíveis, pois o alimento pode causar gastrite, refluxo e azia.
4. Afta na boca tem
relação com a prisão de ventre
Verdade. Afta na boca
tem relação com imunidade baixa e intestino preso tem correlação com imunidade
baixa. Apesar das funções digestivas e de absorção serem as mais difundidas
deste órgão, o intestino desempenha também funções hormonais, motora, nervosa e
imune. Relacionada a esta última função está à capacidade do intestino, em
conjunto com o sistema imunológico, evitar que agentes nocivos (estresse
fisiológico ou psicológico, microorganismos patogênicos e corpos estranhos)
prejudiquem a saúde.
Quando o intestino
está saudável há seleção e absorção adequadamente de nutrientes e proteção do
sistema imunológico. Já quando o intestino está preso, aumenta a produção de
toxinas e bactérias patogênicas. Nessas condições o intestino não seleciona o
que entra e o que não entra na corrente sanguínea. E dessa maneira, o sistema
imunológico fica sem proteção e o organismo mais suscetível ao desenvolvimento
das aftas.
5. Ingerir folhas
verdes escuras substitui o leite na alimentação diária
Verdade. Os vegetais
verde-folhosos como, por exemplo, agrião, couve, brócolis, couve de bruxelas,
rúcula e o repolho contém em sua composição uma boa quantidade de cálcio.
Também há presença de magnésio, vitamina C e vitamina K, que são nutrientes
importantes para a mineralização óssea, ou seja, tem uma proporção parecida com
a do leite humano e uma sinergia com os demais nutrientes necessários para sua
biodisponibilidade. A biodisponilidade do cálcio dos vegetais é de 50 a 70%,
enquanto a biodisponibilidade do cálcio do leite é de aproximadamente 30%.
6. O açúcar pode
ser substituído por qualquer adoçante
Mito. O nosso
organismo não precisa de açúcar. Por ser uma questão de costume adicionar muito
açúcar nas preparações e vários alimentos industrializados conter açúcar em sua
composição, faz com que necessitemos sempre de mais açúcar. Por receio de
engordar, as pessoas começaram a trocar o açúcar pelo uso constante e até mesmo
exagerado de adoçantes. Embora, eles tenham sido feitos para os diabéticos,
esse hábito foi difundido para todos os que desejavam não adicionar mais
calorias ao seu dia a dia.
Pesquisas recentes
têm mostrado que alguns adoçantes precisam ser consumidos com moderação ou até
mesmo evitados. Adoçantes a base de Acessulfame-K, sacarina sódica, ciclamato
sódico e aspartame não são indicados, pois, há um potencial efeito
carcinogênico do ciclamato monossódico. Além disso, é possível encontrar o
mineral adicionado ao aspartame e à estévia, para realçar o sabor doce e
disfarçar o resíduo amargo do produto. Já o aspartame também tem potencial
carcinogênico e pode induzir a enxaquecas.
O Acessulfame-k tem o
poder de dulçor de aproximadamente 200 vezes mais que o açúcar, não tem sido
associado a riscos, mas há críticas de que ele ainda não foi suficientemente
estudado. Eles são comuns em saches de mesa e refrigerantes, sempre misturado a
ciclamato, sacarina ou aspartame.
A sacarina sódica tem
o poder de dulçor de 300 vezes mais que o açúcar. É um derivado do petróleo.
Estudos com animais e doses muito superiores ao consumo humano apontam efeito
carcinogênico. O produto está proibido no Canadá e não é recomendado para
hipertensos.
O Estévia tem o poder
de dulçor de aproximadamente 350 vezes mais que o açúcar. Por ser derivado de
uma planta Stevia rebaudiana, originária da America do sul, é rica em
glicosídeos de alto poder edulcorante e auxilia no controle glicêmico.
Entretanto, tem sabor residual. Estudos ainda não apontam nenhum risco
associado, por isso é o mais indicado até o momento. Desse modo, é importante
avaliar cada paciente individualmente e procurar a melhor maneira de usar o
adoçante com moderação e de maneira a não prejudicar a saúde.
link da reportagem: http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/saude/noticias/mitos-e-verdades-sobre-a-alimentacao?page=1
Nenhum comentário:
Postar um comentário