FONTE: globo.com
O Instituto Nina Rosa trabalha com a defesa da vida de todos
os animais
A ONG usa a educação para combater os maus tratos e o
abandono
Nem sempre o que está escrito na Declaração Universal dos
Direitos dos Animais, aprovada pela UNESCO em 1978, como no Artigo 2º, Inciso
3: “todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem”
é garantido pela sociedade. Mas pode-se dizer que essa é a linha de pensamento
seguida pelo Instituto Nina Rosa (INR) – Projetos por amor à vida, ONG que
trabalha com educação para combater os maus-tratos e o abandono de animais.
Criado em 2000 pela ex-modelo Nina Rosa, o instituto orienta
sobre o que fazer com esses animais – de todas as espécies, não apenas
domésticos – por meio de um serviço de atendimento que funciona na sede em São
Paulo. Além disso, a organização também promove aulas campanhas de
conscientização nas escolas e distribuição de material educativo sobre a defesa
dos animais. “Como eles não podem se defender sozinhos, a lista de exploração é
longa. Por isso mesmo precisam da defesa de quem se importa com eles e com seus
direitos”, defende Nina Rosa, fundadora e presidente da ONG.
Em seu trabalho, os voluntários do instituto informam e
sensibilizam as pessoas sobre todos os tipos de exploração animal, seja para
alimentação humana; vestuário – peles, couro, seda; entretenimento – rodeio, farra do boi, circo
com animal, zoológico, tourada, rinha, parque aquático com animais, aquários;
os explorados pela ciência – testes de produtos, vivissecção (dissecação de
animal vivo para realizar estudos de natureza anatomo-fisiológica) no ensino.
Quanto aos recursos para o trabalho, a ONG tem como
princípio não receber contribuição de empresas ou organismo contrários aos
ideais que buscam erradicar todas as formas de exploração animal. Financiamos
nosso trabalho com a venda do material que produzimos e com doações espontâneas
de pessoas físicas. “Não cobramos por palestras, mas para a capacitação
cobramos um valor simbólico”, explica a fundadora.
História
Já na idade adulta, Nina Rosa conviveu com duas cadelas,
Cléo e Chica, com as quais aprendeu sobre o amor e sobre o vínculo indesatável
com os animais. Quando Chica se foi, Nina prometeu a si mesma que nunca mais
iria dedicar seu amor a um animal só, e sim distribuí-lo para o maior número
possível, desde o menor dos insetos até o maior do paquidermes – animais de
pele espessa, como elefantes, rinocerontes, hipopótamos.
“Quando ‘acordei’ para a situação de abandono e maus-tratos
de animais domésticos, procurei organizações que os defendiam para me
voluntariar, e durante seis anos participei e aprendi sobre a causa e as
necessidades dos animais na prática. Após esse período, senti que poderia
talvez fazer mais se pudesse criar e estar envolvida em todas as etapas dos
projetos por amor à vida”, conta Nina.
Desde o início, Nina aprendeu sobre a importância de
trabalhar com as consequências do abandono e maus-tratos de animais. “Percebi
que as pessoas sempre esperavam que protetores tomassem alguma providência
quando viam um animal em situação de risco; e que isso deveria mudar, pois todos
os que se importam podem também ser agentes do bem. Para isso precisam de
sensibilização, orientação e da coragem”, declara a presidente do INR.
Hoje, 12 anos, 8 filmes, algumas publicações, muitas
orientações e palestras depois, ela confirma que a educação beneficia tanto os
animais quanto as pessoas. “Oferecemos e incentivamos a assimilação de valores
positivos, que passarão a fazer parte da vida, contribuindo para uma sociedade
mais justa e pacífica”, relata Nina. “Além disso, aprendi que os animais não
querem apenas a casa e comida de um abrigo. Querem alguém para dedicar seu
amor, precisam de contato positivo com humanos.”
O trabalho do
Instituto
O Instituto Nina Rosa acredita que a educação e o exemplo
têm poder de transformar e incentivar a responsabilidade do homem pela
natureza, pelo reino animal e pela própria humanidade. Por isso, são realizados
trabalhos de educação nas escolas e projetos como o Programa de Educação em
Valores para Educadores, composto de dois módulos. “No primeiro, com carga
horária de 10 horas, tratamos da sensibilização sobre a valorização da vida
animal e a guarda responsável de animais domésticos”, explica Nina. “No segundo
módulo aprofundamos mais as informações e entramos com os conceitos sobre
alimentação e consumo sem crueldade”.
Entre outros projetos de destaque do INR, está a produção em
animação ‘Vegana’, que trata de alertar as pessoas de todas as idades sobre
vários tipos de exploração animal. Em breve também será lançado vídeo na
Internet, o ‘A Engrenagem’, que trata da exploração animal para alimentação
humana. “Voltado para os educadores, estamos trabalhando na tradução de um
livro sobre Educação Humanitária, que oferece sugestões de dinâmicas a serem
aplicadas em sala de aula”, explica a fundadora do Instituto.
Vale ressaltar que o Instituto Nina Rosa não recolhe nem
mantém animais em abrigo, mas trabalha em parceria com outras ONGs, como o
Centro de Adoção Natureza em Forma. “Estamos sempre muito envolvidos em levar à
frente nossos próprios projetos, mas às vezes fazemos parcerias, como no caso
do trabalho de campo (ajuda a animais em situação de risco)”, completa Nina.
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